Com 14 milhões de seguidores no Twitter, Youtube e Facebook, não é surpresa que o septeto sul-coreano tenha vencido Justin Bieber na premiação da Billboard.
Numa era em que as paradas musicais se tornaram um espaguete algorítmico de streamings, rádios e downloads, a maneira mais fiel de comparar quem está subindo e quem está caindo no pop seria o Billboard Social 50, uma sub-parada que mede o alcance dos artistas através das redes sociais.
No Billboard Music Awards do último domingo, essa produtividade foi refletida na categoria Top Social Artist. Foram incluídos quatro grandes artistas internacionais do pop como esperado: Justin Bieber, Selena Gomez, Ariana Grande e Shawn Mendes. O vencedor, no entanto, não foi nenhum dos citados. Na verdade, foi o grupo que ficou no topo do Social 50 por 31 semanas no ano passado: BTS.
Sim, BTS, o grupo coreano de sete meninos que é o favorito de todos. Sim, BTS, o artista mais retweetado no Twitter em 2016, com 6 milhões de seguidores, 4 milhões de assinantes no YouTube e 4 milhões de fãs no Facebook. Enquanto Kim Nam-joon (também conhecido como Rap Monster) subia ao palco para receber o prêmio, os fãs do BTS, conhecidos como A.R.M.Y. (“Adorable Representative MCs for Youth”), demonstraram seu poder ao tweetar a hashtag #BTSBBMAS mais de 300 milhões de vezes.
O prêmio do BTS reflete a crescente quebra de fronteiras da cultura da Coreia do Sul. O álbum lançado em 2016, Wings, obteve o maior número de vendas no primeiro mês na história da Coreia. Nos EUA, ele atingiu a 26ª posição, a melhor classificação já alcançada por um álbum de pop coreano.
A indústria do pop é estritamente controlada pelo jogo do dinheiro na Coreia do Sul. Mas o BTS, que se traduz em “Bulletproof Boy Scouts”, e que também é conhecido por Bangtan Boys, foi um resultado acidental de uma gravadora independente menor que buscava lugar no mercado para um tom mais pensado dentro do mundo energético do K-pop: a banda incluía canções sobre solidão e política. Sua gravadora foi a primeira a adotar a bagunçada e desmensurada natureza da mídia social, deixando que o grupo revelasse mais de suas verdadeiras personalidades. Além disso, ao invés de investir em contas individuais para cada integrante como o One Direction fez, o BTS mantém apenas uma única conta em conjunto em cada plataforma, dando-lhes o poder de um ciclone para dominar a web.
Com sete integrantes, eles são pequenos nos termos do K-pop. Seus rivais, EXO, possuem nove integrantes, divididos em dois grupos menores. Seus outros rivais, o grupo feminino Twice, possuem também nove integrantes. Ambos apareceram em altas posições na lista de Celebridades Poderosas na Coreia da Forbes desse ano, mas o ARMY do BTS permitiu que eles rompessem as fronteiras.
O grupo também tem a aparência ao seu favor. Durante o Billboard Music Awards, o integrante Kim Seok-jin se tornou muito popular como o “the third one from the left (o terceiro a partir da esquerda)” quando foi visto pelo público que não conhece o K-pop nas fotos do tapete vermelho. Isso aconteceu dois anos depois que ele tinha sido nomeado como “the car door guy (homem da porta do carro)” durante uma premiação asiática, simplesmente por aparecer extremamente bonito ao sair do carro.
BTS tem expandido seu alcance através de dois álbuns em japonês, mas talvez isso seja um sinal da ascensão do século da Ásia de que eles não estão de olho em Hollywood. Ao passo em que nesse ano esgotaram shows em Chicago, em Illinois, Newark, em Nova Jersey, e Anaheim, na Califórnia, o BTS não tem planos de lançar nenhuma produção em inglês.
Cr. TheGuardian
Trad. [PT-BR]; Ellen @ TheRisingBTS
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