Você riu e pareceu muito feliz quando recebeu o prêmio de Artista do Ano, durante o “Mnet Asian Music Awards (MAMA)”.
Eu realmente chorei muito quando nós recebemos o prêmio de Álbum do Ano no “Melon Music Awards”. Eu não sei o significado por trás daquelas lágrimas, mas vinha derramando-as desde antes de ganharmos. Elas caíram quando nosso nome foi chamado. Mas o MAMA foi diferente, ainda que os outros integrantes estivessem todos chorando, eu só me senti feliz. Talvez eu não consegui chorar porque estava muito feliz. (Risos). “Ah, nós finalmente conseguimos isso. Esse momento chegou para nós também”. Não há palavras que possam expressar minha felicidade.
O que vocês fizeram depois de receber o prêmio?
Nos demos um grande presente. Todos os sete se juntaram e saímos para comer depois de um longo tempo. Fomos a um restaurante de luxo e bebemos champagne. Passar um tempo com os integrantes foi o grande presente.
“Wings” parece portar um significado especial, não apenas para o grupo, mas também para você, pessoalmente.
Sim. Primeiro de tudo, nossas introduções dos álbuns têm sido feitas sempre pela rapper line, e eu finalmente pude ficar encarregado da intro de “Wings”. De algumas formas, parece que vinha trabalhando duro para isso. Há fãs que têm grandes expectativas sobre mim, então eu queria satisfazê-los. Eu pensei que se quisesse fazer isso bem, eu precisaria ter minha habilidade como suporte, então trabalhei realmente duro.
O treino da apresentação não foi tão necessário quanto o de rap?
Honestamente, eu senti menos dificuldade em fazer a música, uma vez que eu sempre venho escrevendo. Mas a pressão quanto à performance era grande. Eu só precisava fazer aulas e aprender a coreografia de um coreógrafo estrangeiro, mas o nível de dificuldade era considerável. Levou cerca de um mês para praticar apenas a coreografia e depois eu filmei o trailer. Eu estava muito preocupado, mas o vídeo saiu ótimo. É tudo graças ao diretor.
Você também compôs seu solo, “MAMA”.
Particularmente, foi uma sensação ótima ter duas músicas com a minha voz no nosso segundo álbum completo. Então, sobrecarregado ou não, eu pude curtir o fato de trabalhar nisso. “MAMA” foi sobre a minha história real, então eu escrevi de forma muito confortável. Durante a reunião, quando me perguntaram que tipo de música eu gostaria de fazer, eu respondi: “Acho que falar sobre minha mãe seria ótimo. Mas não quero que seja triste, quero que seja cheio de luz, como minha personalidade”. Eu pude expressar naturalmente as emoções que senti em relação a minha mãe em toda a minha vida.
O que sua mãe disse quando escutou a música?
Ela realmente gostou. Todos, incluindo os pais dos outros integrantes, ficaram com inveja dela. Não apenas minha mãe, mas meu pai também gostou muito da música.
Ele ficou com ciúmes?
(Risos). Não, nem um pouco... Honestamente, eu não sei como ele se sentiu (risos), mas ele ficou muito orgulhoso. Ele disse que estava orgulhoso por eu, pessoalmente, ter composto e escrito a letra para uma música sobre minha mãe, que ele estava muito feliz. Eu não via meu pai sorrir com muita frequência antes, mas vendo o quão feliz ele está agora, eu também fico feliz. Às vezes, ele até me pede autógrafos. É claro que eu concedo isso a ele. Se o BTS não fosse popular, tal coisa sequer iria acontecer. Se eu penso nisso como algo que acontece naturalmente, dar autógrafos não é nem um pouco difícil.
Você desempenhou um papel muito importante na apresentação de “Blood, Sweat & Tears”. Deve ter recebido muita pressão.
A pressão foi grande. Eu tive muitas partes dessa vez, no refrão e duas partes de rap. Fiquei preocupado: “Se me sair bem nessas partes, vou conseguir impressionar os fãs e o público?”, porque “Blood, Sweat & Tears” é uma música que requer uma imagem sexy e até mesmo decadente. Eu não achava que me encaixaria naquele tipo de personagem, então fiquei muito preocupado.
Como você resolveu isso?
Eu decidi não exagerar no quesito “sexy”. Toda vez que me monitoro, percebo que fico muito estranho quando exagero. É como adicionar molho extra ao meu eu normal. Eu basicamente libero tudo no palco. Então eu me monitorei, chequei as reações dos fãs e pesquisei muito.
Quanto mais programas você faz, mais se completa.
Com certeza. É a mesma coisa em toda promoção. Não importa o quanto eu me prepare, se faço isso no palco e a reação é “está mais ou menos”, eu definitivamente vou modificar. Isso acontece muito. A reação é importante. Eu também sou o centro da performance, então preciso fazer bem. Só percebo isso agora, mas se eu olho de um jeito sexy para a câmera, ainda que apenas uma vez, os fãs gostam muito. Eu exibi o que preparei para cada programa e prestei atenção para executar de forma simples e mostrar expressões faciais melhores.
Até antes dessa promoção, você já teve a ganância de mostrar mais o que você consegue fazer?
Não há como eu não ter ganância. Eu consigo sentir que estou em falta quando faço música, então trabalho ainda mais. Como lançamos álbuns frequentemente, sempre que olho para mim mesmo, meu estilo de rap parece sempre o mesmo. É inevitável devido ao limite de tempo, mas faço muita pesquisa para mudar isso. Eu me comprometi a utilizar o tempo livre durante a turnê em 2017 para melhorar minhas habilidades. Eu preciso fazer melhor. Se eu penso “isso é o suficiente”, então aquilo vai estacionar ali mesmo. Ainda estou longe de ser o melhor.
Você está planejando lançar uma mixtape como o Rap Monster e o Suga?
Estou pensando nisso. As mixtapes do Rap Monster e do Suga sempre contêm o que eles querem dizer. Mas eu acho que preciso começar considerando o que eu quero falar. Não sou do tipo que escreve letras profundas. Preciso continuar trabalhando duro, pensando muito, lendo livros, assistindo filmes e escutando histórias de pessoas a minha volta para poder revestir o que eu quero falar.
Você parece dizer muito que precisa trabalhar duro.
Eu tendo a ouvir a reação das pessoas e me pressionar demais. Mas eu sei escutar o que preciso e jogar fora o que não preciso. Se há algo que precisa ser consertado, vou consertar; se há algo que eu quero manter sobre mim mesmo, vou manter. Não seguro todas as críticas no meu coração.
Você já imaginou que se tornaria tal cantor quando era jovem?
Honestamente, eu amadureci muito rápido. Eu tinha certeza do meu sonho desde que estava na quinta série do ensino fundamental, então eu já tinha um grande desejo de fazer esse sonho se tornar realidade logo. Treinei diligentemente sozinho e administrei a mim mesmo como quis, não fazendo coisas ruins, conhecendo bons amigos e dançando. Pode soar engraçado, mas eu tinha certeza de que me tornaria um cantor mais tarde desde aquela época.
Correndo sem parar, desde os dias de trainee até agora, não houve um momento em que você se cansou?
Às vezes, mas eu não conto para ninguém. Por exemplo, no set de gravação dos clipes ou no ensaio fotográfico para o álbum, eu tendo a ser o mais alegre possível, mesmo que esteja cansado. Nós todos nos determinamos a fazer bem, então nós deveríamos animar um ao outro. Se todos estão cansados e exaustos, então qual a graça na gravação?
Ainda assim, você não sente vontade de parar fazer esse papel às vezes?
Eu penso nisso. Mas todo mundo também está cansado. Nossos integrantes, até a equipe está cansada também. Eu devo receber o tiro primeiro. Na verdade, é algo que eu realmente devo fazer, então dizer “tome o tiro” pode soar engraçado, mas eu tento renovar o humor. Está entalhado no meu corpo agora. (Risos).
Se você quer manter sua energia o tempo todo, então precisa ter bom cuidado com a saúde física e mental.
Esses dias, eu percebi que cuidar da minha saúde é importante, então eu me certifico de comer isso e aquilo, mas não está dando muito certo. Eu levo suplementos nutricionais comigo quando vamos para a turnê internacional, mas sempre esqueço e acabo não tomando nenhum. Eu não me desespero mentalmente. Tenho uma mente muito forte.
Existe algum momento em que você pensa: “está tudo bem em não fazer nada além de trabalhar assim?”?
Esses tipos de pensamentos são possíveis, mas eu quero trabalhar duro enquanto ainda tenho forças.
Por que você já está pensando assim?
(Risos). É só que, ídolos seguem o passar do tempo. Enquanto eles seguem a correnteza dessa passagem, o tempo flui e eles envelhecem, e outro relógio no mundo dos ídolos começa a correr. Vai ser difícil fazer isso até os 50, 60 anos. Tenho que planejar meus anos de velhice a partir de agora. (Risos).
Então qual é a meta do J-Hope?
Eu não tenho nada detalhado. Apenas fazer a música que gosto e dançar o máximo que consigo, isso é certeza.
***
– SUGA –
"Eu só quero fazer músicas que dão esperança às pessoas."
『O que sou grato ao produtor Bang Shihyuk e à nossa equipe de produção musical é, há, originalmente, muitas pessoas que não conhecem um bom som mesmo se as apresentarmos um. Todo mundo tem uma preferência diferente, então é difícil escolher o som que acreditamos ser a resposta certa, mas há sempre o som próximo à resposta correta em nossa música. Mixagem e masterização são tão importantes quanto composição, e ter uma empresa com a habilidade de diferenciar entre boas fontes e bons sons é uma grande benção.』
2016 foi um ano significativo para ambos, BTS e Suga particularmente.
Foi agitado. Muitas coisas aconteceram também. Minha vida é sempre corrida, mas o ano passado foi ainda mais. Nós dissemos a nós mesmos: “Passamos por muitas coisas, todos trabalharam muito”. Felizmente, tudo deu certo para que pudéssemos lembrar do último ano assim.
Mas vocês não parecem ser levados por esse bom humor.
Nós somos um time realista. Podemos curtir a felicidade porque estamos e continuaremos indo bem, mas nunca, nem uma vez sequer, ficamos satisfeitos com nós mesmos. Vem sendo assim desde antes do debut. Sempre que lançamos um álbum, sempre nos preocupamos se vai ou não dar certo, e disseram que esse álbum foi o mais importante. Por isso, recebemos ainda mais estresse, mas não nos aquietamos e continuamos trabalhando nele. Essa é a força do nosso time.
Por quê?
Desde antes do debut, nossa empresa era pequena e não tinha dinheiro. Nós chegamos quando a empresa estava à beira do precipício. Alguns amigos que costumavam treinar comigo deixaram a empresa e até sugeriram que eu fosse com eles, mas então eu debutei. Por isso, sempre dizemos um ao outro para não se contentar, para olhar para frente e continuar. Eu acho que mostrar o que podemos fazer com estabilidade é a grande prioridade.
Como você trabalhou no álbum? Desde a mixtape, lançada sob o nome de Agust D, até “Blood, Sweat & Tears” e o álbum repackaged, vocês estão lentamente refletindo suas próprias histórias dentro dos álbuns cada vez mais.
O produtor Bang Shihyuk me disse que eu brilharia muito mais após lançar minha mixtape. Ele até mesmo me perguntou para onde foi aquela pessoa incisiva, cheia de ira, de antes. Era meu complexo, e o jeito para resolvê-lo era a música que precisava fazer. Pensando em quantos ídolos conseguem ter essa chance, eu estou fazendo música em um ambiente muito bom. BTS, Agust D, ou o humano chamado Min Yoongi, tudo vem de uma mesma pessoa, então se eu colocar minhas histórias reais, muitas pessoas poderão escutar e se identificar.
Qual é a diferença entre lançar com o BTS e lançar uma mixtape?
Minha mixtape é, puramente, apenas gritos. (Risos). Eu descobri que a influência que minha mixtape traz é diferente da que os álbuns do BTS fornecem. Com o BTS, eu preciso refinar. Primeiramente, não há muito o que eu possa usar. Para condensar o que eu quero dizer ao máximo possível, tenho que pensar mais comparado com quando estou fazendo uma mixtape.
“First Love”, de “Wings”, foi o ponto de encontro?
É uma canção com muito significado. “First Love” fala sobre o piano que eu costumava tocar quando criança, o que também significa o único amigo que eu tinha. Eu chorei muito enquanto gravava. Continuei chorando durante a parte de explosão das emoções na segunda metade. Foi quando eu havia acabado de trabalhar na mixtape de “Agust D” e passei para o álbum direto, então não tive muito tempo. Escrevi a música rapidamente e gravei tudo sozinho. Logo depois que chorei e gravei a música, eu a enviei e fui para o aeroporto, mas eles me ligaram e disseram que talvez eu teria de regravar porque o arquivo estava corrompido. Eu chorei a esse nível enquanto gravava! (Risos). Gravei de novo depois de voltar para a Coreia e fui pegar outro voo mais uma vez, cerca de quatro horas e meia depois. Foi estressante, mas divertido.
O que o levou a escolher a atual mensagem de suas músicas solo entre as muitas histórias que você poderia contar?
O produtor Bang Shihyuk nos informou que haveria faixas solo quando conversamos sobre o conceito do álbum. Eu pensei muito sobre o tipo de música que deveria fazer e sugeri “So Far Away”, que está atualmente na minha mixtape. É uma que eu conseguiria me sair bem e também é amigável ao público, então perguntei: “O que vocês acham?”, eles disseram que estava bom, mas que teríamos de discutir um pouco mais. Então, a música foi colocada na mixtape. Depois de ouvir as músicas dos outros integrantes, eu senti que a minha estava depressiva, iria derrubar o clima do álbum inteiro. Eu pensei em fazer o estilo “durão”, no qual consigo me desempenhar melhor, mas não encaixaria na fluência do álbum. Então eu comecei a fazer uma faixa apenas de rap. Na verdade, a linha principal de “First Love” é a mesma que de “So Far Away”. Eu lembrei da sessão de orquestra que queria colocar, mas não tinha conseguido devido à falta de tempo, e a incluí. Se você escutar “First Love”, há rap direto por 3 minutos e 9 segundos. Não é tão comum ultimamente, então foi legal.
Você geralmente não demonstra suas emoções, parece que você se alivia através do rap.
Eu não acho que viva uma vida comum… Eu comecei a fazer música desde jovem, e saí de casa muito jovem também. Muitas coisas interessantes aconteceram na minha vida. Eu geralmente não demonstro tanto. Basicamente, nunca. Mas eu sempre vivo esperando que alguém saiba disso. Eu me alivio através da música. É como se eu resolvesse isso por meio da apresentação, fazendo música. Eu acho que a música é minha libertação. É por isso que fiz “Agust D” abertamente. Foi um desabafo da minha mente.
O que aconteceu no passado?
Houve um tempo em que tive de viver com apenas 300 mil won (por volta de 800 reais) por mês. Eu não conseguia comer três refeições por dia. Foi difícil e eu não era rico, mas acho que aproveitei isso. Por quê? Meu complexo de inferioridade e o desejo de querer ir bem rapidamente eram fortes mesmo depois do debut. Não era como um fracasso total, apenas meus ideais altos tornaram isso complicado. Na época de ensino médio, eu passava meus dias brincando e me divertindo com meu amigo. Eu visitei minha escola antiga, fiz um passeio, organizei meus pensamentos e soube o que precisava saber.
O resultado seria “First Love” ou “Spring Day”?
Sim. “Agust D” é o meu ponto de virada. É provavelmente a melhor coisa que fiz em 2016. Eu estava muito exausto emocionalmente na época. Havia também as preocupações de ser um ídolo. Encontrei antigos conhecidos há não muito tempo, e eles me disseram que eu me tornei uma pessoa completamente diferente. Se você me perguntar se estou satisfeito com a música em “Agust D” ou não, eu diria que não. Eu não tive muito tempo e muitas partes poderiam ter sido melhores, mas se você me perguntar se eu me arrependo de ter feito a mixtape ou não, eu quero dizer que eu realmente gostei dela. Os integrantes disseram a mesma coisa também. Eles me falaram que a minha mixtape é muito “garra-garra-garra-garra”. (Risos). Eu disse que não conseguiria fazer outra coisa além daquilo naquela época. Não me arrependo nem um pouco por ter feito daquela forma. Após lançar a mixtape, minha forma de fazer música se tornou mais suave. Mais natural também. Não existe mais um limite como antes, já que eu não estou mais fazendo isso com certo ressentimento.
Como você trabalhou em “Blood, Sweat & Tears”?
Eu ouvi a batida feita pelo Pdogg primeiro, e estava muito boa. Algo pelo qual eu sou realmente grato à equipe de nossa empresa é que eles sempre se desenvolvem, até mesmo Pdogg e Bang Shihyuk. Pdogg fez metade da faixa-título e o resto fomos nós, então eu comecei a trabalhar nisso sem tanta pressão. Algo como, “se não der certo, tudo bem”. Eu tendo a ser muito estressado quando começo a trabalhar, mas naquela vez, eu escrevi a música enquanto brincava. Sem saber, terminei o esboço depois jogar algumas rodadas.
Foi difícil colocar sua individualidade no som ou na fluidez diferente de antes?
Eu me tornei muito sensível ao som quando trabalhei em “Agust D”. Modifiquei cada batida e participei pessoalmente na mixagem. Para esse álbum, eu daria nota 93 de 100 em termos de som. O que sou grato ao produtor Bang Shihyuk e à nossa equipe de produção musical é, há, originalmente, muitas pessoas que não conhecem um bom som mesmo se as apresentarmos um. Todo mundo tem uma preferência diferente, então é difícil escolher o som que acreditamos ser a resposta certa, mas há sempre o som próximo à resposta correta em nossa música. Mixagem e masterização são tão importantes quanto composição, e ter uma empresa com a habilidade de diferenciar entre boas fontes e bons sons é uma grande benção. Todos nós nos arrepiamos quando escutamos o álbum pela primeira vez na sala do Pdogg. Honestamente, não perdemos para os sons dos artistas estrangeiros.
Agora você deve ter ganhado a confiança para poder trazer certa qualidade quando faz música sem se preocupar tanto.
Coisas boas nem sempre vêm quando há estresse. Eu busquei muito a perfeição antes. Na verdade, as pessoas chamadas perfeccionistas não são perfeitas, elas têm um complexo ali. Você não consegue saber, no momento, como será olhar para trás, uma vez que tudo estiver pronto. O que torna isso difícil é continuar sendo ganancioso apesar de tudo. Pensar assim acalma minha mente. Através da minha música, tento transmitir mensagens como “tudo bem se você cair”, “tudo bem se você se machucar”, mas eu mesmo não conseguia viver com isso em mente. Eu costumava pensar, “eu não posso cair, se eu cair, é o fim. Eu tenho que aguentar mesmo que esteja machucado”, mas, agora, meus pensamentos mudaram bastante, porque eu também sou humano.
O quão alto é a meta do Suga?
Eu acho que sendo músicos, nós precisamos estar satisfeitos o mais tarde possível. Dinheiro e os benefícios do sucesso são importantes também, mas estou curioso: o quão longe o BTS, e também o Min Yoongi, podem ir? O produtor Bang Shihyuk nos disse isso. Que à essa altura, nós precisamos abrir um novo caminho para os grupos iniciantes. Não para os iniciantes da nossa empresa, mas os iniciantes da indústria de música coreana. Eu costumava pensar se teríamos ou não feito mais sucesso caso tivéssemos debutado 3 anos antes, mas não mais. Acho que nós estamos trilhando o caminho aberto por nossos sêniores e recebendo muitos benefícios da geração atual, como o VLIVE, da Naver, e o Twitter. Nós precisamos abrir um novo caminho para que muitos outros músicos possam apresentar melhor sua música ao mundo.
Como é ter pessoas do mundo todo escutando suas músicas?
Isso é provavelmente metade da meta estabelecida antes. Eu costumava trabalhar como engenheiro de estúdio enquanto compunha e me apresentava ao mesmo tempo em Daegu. Mas não havia ninguém quando eu apresentava. 50 pessoas era muito. Eu perdia dinheiro todos os dias, mal tinha dinheiro para comer depois de me apresentar. Eu estava de saco cheio daquilo. Se eu quero fazer o tipo de música que satisfaz apenas a mim, então seria melhor para minha saúde mental ficar em casa. (Risos). Eu vim para Seul porque queria que muitas pessoas escutassem a minha música, então as conquistas do BTS parecem um milagre. Também é a razão pela qual me tornei ídolo.
Que histórias você quer trazer ao público agora?
Seja fazendo rap ou por qualquer outro método, eu decidi que tipo de música quero fazer. Músicas que dão esperança, como “Tomorrow” ou “So Far Away”, da minha mixtape. Muitas pessoas acham estranho como a pessoa menos esperançosa quer fazer tal tipo de música. (Risos). Eu cresci escutando Epik High. Naquela época, músicas sobre sonhos ou esperança eram tendência, e a razão pela qual eu gosto de Tablo é porque ele fez tal tipo de música. Eu quero fazer isso também. Eu tenho uma influência agora, e quero usá-la na direção certa.
***
– RAP MONSTER –
"Nunca é legal acomodar-se sem um desafio."
『Vamos parar aqui ou vamos correr mais? Há um limite visível de até onde podemos correr, mas nos acomodarmos é, em vez de certo ou errado, algo não legal ao meu ver. Acho que isso se tornou minha vocação. Precisamos ver até onde podemos chegar, precisamos abrir o caminho. Eu disse aos outros integrantes que espero que eles pensem sobre isso, e, felizmente, eles me entenderam. Eu não sei onde está o fim, mas sei que nós precisamos terminar.』
Eu ouvi dizer que os integrantes ficaram confusos quando ouviram o título “Blood, Sweat & Tears” pela primeira vez.
(Risos). Depois de reconsiderar por cerca de um dia, eu pensei que soava bem. Suga se opôs. Aquele hyung sempre se opõe de primeira. (Risos).
Onde você sentiu que isso soava bem?
Não é uma expressão comum na Coreia. Nós normalmente dizemos “derramar sangue e suor”, “derramar sangue e lágrimas”. Não usamos “sangue, suor e lágrimas”. É estranho. Eu gosto de um rapper chamado Ace Hood, e ele tem um álbum chamado “Blood, Sweat & Tears”. Essa é uma expressão comumente usada em inglês, e eu pensei que se mudássemos para o coreano, poderíamos transformá-la numa de nossas expressões. Além disso, eu fiquei pensando na frase “sangue, suor e lágrimas” e o sentimento das palavras era meio desconfortável. Parece algo que foi emitido por um robô. Pensei nisso por um dia, as outras pessoas poderiam pensar algo sexy ou sujo quando ouvissem o título. Acabou não soando sujo, então foi um sucesso.
Como você se sentiu quando soube que o conceito de “Wings” seria baseado em “Demian”?
Eu gostei de ler “Demian” quando era jovem. Eu apenas li sem entender nada. Pensei apenas: “É um livro legal”. (Risos). A única coisa de que me lembro é que era legal e difícil, mas li de novo depois de saber que o conceito de “Wings” seria “Demian”. Ouvir o produtor Bang Shihyuk falando, eu pude entender o porquê de “Demian” ser um livro clássico sobre o amadurecimento. Os elementos do livro se encaixam com o que queríamos fazer e o que foi mostrado na série “Hwa Yang Yeon Hwa” também.
Você até mesmo gravou frases em inglês de “Demian”.
Essa foi uma ideia do produtor Bang Shihyuk. A razão pela qual o K-Pop, combinando vários fatores, consegue ter sucesso é seu enredo orgânico. A história do BTS é, mais uma vez, completa de forma mais forte com “Demian” em “Wings”. Quando as pessoas perguntam: “Por que você gosta tanto de K-Pop?”, “Você devieria escutar Justin Bieber ou One Direction, por que você gosta de BTS?”, eu acho que elas podem responder que é por causa do enredo e da química dos integrantes com esse mundo da ficcional. Além disso, estamos atualmente no estágio em que não podemos mais pensar apenas no mercado coreano.
O quanto você participou do álbum repackage, “You Never Walk Alone”?
Eu escrevi o refrão, pela primeira vez, da música-título, “Spring Day”. Até então, os refrões das nossas músicas-título tinham sido escritos por compositores profissionais, então eu não tinha tanta ganância, mas aconteceu de eu escrever isso quando fui ao parque Saetgang um dia. Naquele dia, as folhas secas chamaram a minha atenção. Lembrei-me de como eu costumava secar folhas, colocando-as em cartas. Cerca de 20 a 30 minutos depois, eu tinha a melodia, começando com “folhas secas”. Quando eu ouvi sobre a música-título, desejei que a melodia tivesse tal tipo de sentimento. Tentei combinar com o que tinha escrito naquela vez, e ficou bom. Eu pensei que seria definitivamente uma ótima forma de começar, e, depois que a apresentei, eles disseram que estava boa, sendo aprovada sem nenhuma mudança. Foi uma honra para mim.
Você vai ao parque frequentemente?
Eu gosto de parques e lugares desconhecidos. Às vezes, vou à Jungnangcheon ou à estação Cheongnyangni sem nenhum motivo, ou basicamente a qualquer lugar. Se eu vejo um lugar que gosto de dentro do carro, uso o mapa no meu celular e tiro fotos para que possa voltar na próxima vez. Eu provavelmente já fui a todos os lugares dignos de uma visita em Seul. Agora, estou planejando ir a todos os lugares que ainda não fui, mesmo que não tenham nenhum significado especial. Como a estação Gongdeok. Ir e não fazer nada, apenas estar ali, vendo como as pessoas vivem, observando-as andando. Tenho curiosidade para saber como todo mundo vive em lugares que não conheço.
Significa experiência indireta.
Sim. Eu costumo ir a esses lugares e aliviar o estresse. Quando eu olho em volta, vejo um mundo com o qual não tenho conexões. Eu sempre tenho pensamentos sobre o trabalho na minha cabeça, mas há algumas coisas que eu posso resolver quando eu vou para lugares como esse, olhar ao redor e ter um tempo para pensar sozinho. E mesmo quando nada é resolvido, ainda é uma experiência emocionalmente aliviadora. É irônico como eu fico ansioso quando não tenho trabalho para fazer, mas quando tenho, quero escapar. Então desejo continuar saindo e me misturando ao mundo que não tem conexão direta comigo, mesmo que tenha de me forçar. Ninguém me interfere ali. Não tenho muitas oportunidades de sair com as pessoas ou conversar com meus amigos comuns, então ir a tais lugares e escutar as pessoas conversando às vezes ajuda no meu trabalho também.
O que você acabou de dizer é a história de seu solo, “Reflection”.
Eu o escrevi quando fui à Ttukseom. Naquela época, eu havia determinado que escreveria alguma coisa e sairia. Antes de ter feito “Reflection”, houve uma boa música também, mas conforme eu a escutei, era muito similar à vibe do artista pelo qual era influenciado. Não era similar tecnicamente, mas para mim era obviamente influenciado por aquela pessoa. Nós temos nosso nome na Billboard e em outros lugares agora, então eu não queria fazer músicas dessa maneira. De qualquer modo, eu tinha de fazer meu solo, então eu pensei em usar uma música que tinha feito antes, uma que não incluí na minha mixtape, mas também não queria fazer aquilo. Nosso álbum tinha um conceito claro, e senti como se estivesse forçando a minha música nele. “Então vamos começar de novo”, eu pensei, mas não estava tão certo sobre o que fazer depois de decidir começar do zero, então fui à Ttukseom.
Que inspiração você teve ali?
Se você vai durante o anoitecer, você pode encontrar pessoas apenas sentadas ali. Todos estão se juntando, mas está escuro, então não se importam um com o outro. É legal. Eu posso beber uma lata de cerveja e me sentar junto a eles e ninguém saberá. Isso satisfaz meu desejo duplo. Eu quero estar com alguém, mas, ao mesmo tempo, quero estar sozinho. Decidi escrever a música ali, então gravei o som do metrô passando com meu celular e coloquei no começo da faixa. Originalmente, o título era “At Ttukseom” (Em Ttukseom), mas o produtor Bang Shihyuk disse que era inaceitável. (Risos). Ele disse que de jeito nenhum os outros títulos seriam “Lie”, “Stigma” e apenas o meu fosse “At Ttukseom”. As pessoas que escutam essa música pela primeira vez acham estranho como Ttukseom veio do nada, mas, para mim, colocá-lo na música foi importante. Começou e terminou ali.
Com o crescimento do BTS, equilibrar sua vida pessoal se torna, gradualmente, mais importante.
É muito importante. Não sei se é por essa razão que saio com mais frequência. Se estou demasiadamente imerso apenas no BTS, eu me sinto muito vazio. Eu pensaria: “É verdade que estou sendo amado?” depois de me apresentar ou atrás do palco. Talvez essa seja a razão pela qual o único amigo celebridade que eu encontro fora do trabalho seja o Jackson, do GOT7. Ou o eAeon, do Mot, e a (Kim) Yoonah. Eu me encontro com eles às vezes. Estranhamente, - não sei se por causa da minha imagem ou porque as pessoas tendem a ou me amar ou me odiar – eu não fiz nenhuma amizade no mundo do entretenimento depois de debutar. Aqueles com quem me encontro o tempo todo são meus amigos do ensino médio. Vê-los e escutá-los conversando sobre se eles deveriam se alistar e voltar ou encontrar um emprego me faz feliz. Eu sempre leio o jornal e assisto aos noticiários porque o mundo do BTS e dos nossos fãs não está muito estabelecido? É como um caminho para fugir disso às vezes. É assim que eu tento ajustar o meu equilíbrio como pessoa e como profissional.
E quanto como o líder do time?
Eu tenho dois pensamentos: o de para onde nós devemos ir em seguida e o de voltar um passo atrás como líder. Há uma parte em que eu tenho de dar ambição ao grupo. Nós chegamos tão longe, é hora de tomar uma decisão. Vamos parar aqui ou vamos correr mais? Há um limite visível de até onde podemos correr, mas nos aquietarmos é, em vez de certo ou errado, algo não legal ao meu ver. Acho que isso se tornou minha vocação. Precisamos ver até onde podemos chegar, precisamos abrir o caminho. Eu disse aos outros integrantes que espero que eles pensem sobre isso, e, felizmente, eles me entenderam. Eu não sei onde está o fim, mas sei que nós precisamos terminar.
Se há um papel exclusivo para o Rap Monster, qual é?
Liderar em eventos oficiais e dar ambição ao time, como mencionei anteriormente. Considero esses os meus papéis. Na verdade, os outros garotos são melhores do que eu como ídolo. Cada um tem o seu próprio papel, então acho que estou um passo atrás. Não significa que eu não vá fazer, estou apenas trabalhando duro no que faço e tentando não dominar tanto. Já fazem 4 anos desde nosso debut, nós passamos daquela fase. É bom para os integrantes mostrarem seus talentos também. Nós não podemos mais apenas dizer cegamente “faça isso”, “vamos fazer aquilo”, como antes.
Então quais são as tarefas e tópicos do Rap Monster em 2017?
A coisa que continua voltando, não importa o quanto fazemos, é tarefa, então... (Risos). Primeiramente, como um time, é a turnê. Devo dizer que shows e turnês são como um tipo conjunto de presentes sortidos para os cantores? É a peça final. Fizemos muitas coisas para isso. Então, por enquanto, meu maior tópico, e também preocupação, é o quão bem me sairei nos shows e como as pessoas vão reagir. Tenho muitas tarefas, mas a mais importante é a música. Meu trabalho está alcançando uma plataforma maior, então estou preocupado com como devo fazer depois. Eu continuo imaginando na minha cabeça, mas talvez seja porque meu corpo está tão ocupado que minha mente não progride. Honestamente, eu ainda não tenho uma resposta. Preciso lançar o máximo de músicas em 2017, mas eu não sei. Estou com um pouco de medo, e não sei se conseguirei suprir minhas imposições.
O que você pensa quando precisa superar esses momentos?
Eu penso sobre como é olhar nos olhos dos nossos fãs durante o show. “Essa pessoa não comeu hoje, não assistiu um filme, ela gastou seu tempo para vir até aqui por nós”, eu penso. Ao mesmo tempo, isso me faz pensar que estou fazendo um trabalho significativo. Não é algo socialmente significante, mas fico surpreso por podermos compartilhar a energia um do outro. Não existe um jeito de realizar perfeitamente meu sonho de infância, mas, mais do que tudo, penso que meu sonho se realizou.
***
– JIN –
"Eu não estou tentando apressar as coisas."
『Não é que eu não tenha o desejo de receber prêmios ou ir mais alto. A ganância não tem fim, certo? Eu só penso que se estou satisfeito com o presente e continuo trabalhando duro, algo novo sempre virá. Se eu continuar pensando coisas como em qual prêmio quero receber ou em qual palco quero me apresentar, seria o oposto da minha personalidade e isso me deixaria ansioso. Então eu não planejo ter esses tipos de pensamentos. Eu apenas penso: “vamos trabalhar duro no que estamos fazendo, vamos aumentar os resultados”.』
Sua faixa solo, “Awake”, na qual você participou da composição pela primeira vez, foi incluída no álbum.
Na verdade, minha contribuição não foi tão grande, eu apenas apresentei o refrão principal ao Slow Rabbit e disse: “Hyung, isso ficou muito bom, eu quero fazer esse” e, depois de conversarmos com um pequeno debate, ele foi finalmente aceito. Eu escrevi o verso A, a parte B e a parte A do segundo verso.
Qual foi a razão por você ter gostado do refrão principal?
Eu escrevi 5 ou 6 versões, e a atual foi a que eu mais gostei em particular. Eu estava tão feliz só de pensar em cantar essa música durante um show que queria fazê-la a qualquer custo. Eu persuadi a equipe por um bom tempo.
Como você os persuadiu?
Eu apenas continuei insistindo. (Risos)
O processo de trabalho foi difícil?
Eu sempre tento escrever melodias e letras para todos os álbuns, não apenas para o “Wings”. O resultado não foi o melhor, mas meu trabalho foi, finalmente, selecionado dessa vez. Felizmente, o Slow Rabbit, que trabalhou nisso junto comigo, é da nossa empresa, então nós combinamos bem. Ele também conhece nossa agenda, então eu pude trabalhar na minha música solo antes dos outros integrantes. Eu comecei a escrever cerca de dois meses antes do álbum ser lançado. Mesmo que não desse certo, eu continuei escrevendo enquanto comia e cumpria minha agenda.
Parece que você é do tipo que não se preocupa mesmo se fica preso no meio do caminho.
Não, na verdade, eu sou muito estressado. Especialmente dessa vez, por ser meu solo, eu queria que tivesse a letra que eu escrevi. Queria cantar minha própria letra, então foi ainda mais estressante. Mesmo que eu acabe esquecendo disso no dia seguinte. (Risos).
Qual foi o comentário mais memorável que você recebeu sobre a música?
Depois de finalizada, o Pdogg me disse: “Uau, Seokjin debutou como compositor” e isso me deixou muito feliz.
O que os outros integrantes disseram?
Suga me disse que não pensava que incluiríamos uma música estilo ballad no álbum. Ele disse que essa faixa ficou muito boa e calma. Alguns dos outros comentaram que gostaram mais dessa do que das outras e eu fiquei muito feliz. Vinha querendo fazer uma música assim desde o começo. É o meu solo, então eu tive que cantar sozinho. Gravar foi difícil. Normalmente, minhas partes nas músicas do BTS não variam tanto entre tom alto e baixo. Mas para “Awake”, eu tive de cantar em tom baixo no começo e tom alto nas partes seguintes, então o controle vocal foi difícil. Eu relaxei minha garganta para cantar em tom alto, e descobri que soaria legal se eu cantasse o tom baixo daquele jeito, então tentei. Eu tentei vários jeitos.
Você tem vontade de ter uma importância maior no próximo álbum, ou na próxima promoção?
É claro que eu sempre tenho esse pensamento, mas cada integrante tem sua própria cor. Se a música se adequa melhor, você terá mais partes e se não, inevitavelmente, haverá menos.
Você não está ansioso?
Ficar ansioso não resolve nada. Se eu faço meu melhor onde estou, algum dia haverá uma música que combina comigo. Os compositores disseram que minha voz é otimizada para ballads coreanas, mas o BTS não canta esse tipo de música. Cantar músicas que se encaixam na cor do time é importante.
Muitas coisas memoráveis aconteceram com o BTS ano passado. Como você se sente ao olhar para trás?
Muitas coisas realmente aconteceram. Eu me lembro, especialmente, da apresentação de “Save Me” durante o show no ‘Seoul Gymnastics Stadium’. É uma canção calma, então nós apenas precisávamos movimentar levemente nossos corpos no começo, e depois a batida mudava de repente, dando início à parte de dança. Nossos fãs gostaram muito. Vou me lembrar dos gritos para sempre. E não posso esquecer de quando recebemos o prêmio de “Álbum do Ano”, durante o ‘MAMA’. Eu chorei como se estivesse de coração partido durante o ‘Melon Music Awards’, então no ‘MAMA’, eu segurei porque estava com medo de parecer daquele jeito de novo. Acabei derramando uma lágrima, mas fiquei muito bonito. (Risos). Eu estava realmente feliz.
Cada palco em que se apresenta, com certeza, lhe deixa maravilhado pelo fato de ter tantos fãs ao redor do mundo.
Não importa o quanto eu goste de artistas estrangeiros, é difícil cantar a música inteira junto com eles. Mas, sempre que fazemos shows, nossos fãs internacionais cantam todas as músicas junto conosco, e isso me faz feliz. Nós temos músicas sinceras na parte de encerramento do show, então quando eu canto, observo o local. É grande e cheio de pessoas. “Quando eu pensava que iria pisar num palco assim?”. Eu tenho esse pensamento em todo show. Aquele momento me faz sentir uma emoção única... mas não pode ser descrita com palavras.
Você chora?
Eu fico, sim, emocionado, mas se eu chorar, não consigo cantar. Então eu seguro.
Com boas conquistas, não apenas na Coreia, mas também na parada da Billboard, você deve ter um pouco de preocupação quanto ao que o BTS deve fazer em seguida.
Eu não costumo fazer isso. Eu era assim no debut. Não é que eu não tenha o desejo de receber prêmio ou ir mais alto. A ganância não tem fim, certo? Eu só penso que se estou satisfeito com o presente e continuo trabalhando duro, algo novo sempre virá. Se eu continuar pensando coisas como qual prêmio quero receber ou em qual palco quero me apresentar, seria o oposto da minha personalidade, e isso me deixaria ansioso. Então eu não planejo ter esses tipos de pensamentos. Eu apenas penso: “vamos trabalhar duro no que estamos fazendo, vamos aumentar os resultados”.
Você deve ter um sentimento especial pelos fãs.
Nossa primeira música dedicada aos fãs foi incluída em “Wings”. Ela se chama “Two! Three! (Hoping For More Good Days)”. Quando nós recebemos o prêmio numa cerimônia, a música subiu nas paradas musicais. Isso me fez pensar que a fizemos realmente bem, que é uma música importante tanto para nós quanto para os fãs. Eu quero dizer a eles que as dificuldades virão, mas nós vamos ter forças se permanecermos um ao lado do outro. Nossas forças crescem por causa da existência dos fãs. Espero que eles nos apoiem para sempre.
***
– V –
"Eu anseio ser um cantor que tenha fãs orgulhosos."
『Quando eu debutei, nem conseguia pensar que haveria esse tanto de fãs gostando de nós. Eles votam muito, nos mandam mensagens e cartas de apoio. Esses coraçõezinhos se uniram e, juntos, tornaram o BTS uma grande árvore, permitindo-nos trazer música boa, apresentações e bons lados de nós mesmos.』
Como você trabalhou em sua faixa solo, “Stigma”?
Eu venho querendo fazer um tipo de música meio jazz, como essa. Eu também gosto de coisas como o filme “Chet Baker: A Lenda do Jazz”. Eu mesmo compus e escrevi a letra do refrão, e falei para eles “eu quero que tenha esse tipo de sentimento”, então os produtores fizeram a intro e a ponte para mim.
Foi difícil carregar uma música inteira sozinho?
Honestamente, o palco ia além da minha capacidade. Eu não acho que consiga preencher o palco sozinho. Preciso trabalhar nisso, mas ainda é uma lição de casa.
Foi difícil carregar uma música inteira sozinho?
Honestamente, o palco ia além da minha capacidade. Eu não acho que consiga preencher o palco sozinho. Preciso trabalhar nisso, mas ainda é uma lição de casa.
Que tipo de apresentação você deseja criar, se puder, um dia?
Está apenas na minha imaginação, mas eu gostaria de cantar num palco junto com um trompetista ou pianista. Eu realmente gosto de música lírica, então espero que, em vez de ser agitada, minha música possa ser uma cura para as pessoas.
Você não parece nem um pouco nervoso quando está no palco com os outros integrantes.
Primeiro de tudo, eu sempre tento improvisar para que não me sinta nervoso. Na verdade, eu não gosto de quando tudo é planejado, então fico mais nervoso se as coisas são colocadas em script ou combinadas. Além disso, quando promovemos “Blood, Sweat & Tears”, eu tinha apenas uma coisa em mente: ser o mais charmoso e sexy possível. Era algo diferente das outras músicas do BTS, mas não fez as apresentações no palco serem difíceis ou estranhas. Apenas faça, esse foi o meu pensamento. (Risos).
Você acha que foi bem?
(Risos). Não, não nesse nível. Devo dizer que é mais como “pelo menos, as pessoas podem assistir minha apresentação”? Eu não sei se fui bem ou não, mas acho que a minha apresentação ainda não consegue capturar os corações do público.
Você não está sendo muito humilde?
Sou sensitivo quanto à minha apresentação. Eu acho que os outros também são. Nós temos que julgar nosso desempenho com uma cabeça boa. Mudamos nossas expressões e gestos a cada palco, mas há sempre muito arrependimentos ainda. O que eu devo fazer para dominar completamente o palco? Estou curioso.
Já faz um bom tempo desde que você começou a ser ativo sob o nome do BTS. Você deve se dar muito bem com os integrantes à essa altura.
É como se fôssemos feitos um para o outro, somos extremamente próximos. Quando os sete de nós nos reunimos, somos seriamente barulhentos. Conseguimos conversar sobre o mesmo assunto por cerca de três horas. Surpreendentemente, Suga é o que mais conversa quando se trata de um assunto que ele conhece bem. (Risos). E, particularmente, eu aprendi muito sobre como me comunicar com os integrantes, os limites aos quais não ultrapassar para não causar inconveniências.
Você brinca menos?
Comparando a antes, eu realmente diminuí. Eu costumava a brincar muito com os hyungs fora do palco, mas agora eu planejo agir calmamente se há pessoas ao redor. Ao invés de dizer que é porque tenho de administrar minha imagem, eu diria que é porque não quero ser visto como uma pessoa fácil.
Houve um tempo em que você teve de promover atividades do BTS e da atuação ao mesmo tempo.
Ambos exigiram muita energia, então foi um pouco difícil balancear as coisas. Eu tive de filmar “Hwarang” enquanto estava em turnê, então tive até de viajar para fazer shows entre as gravações. Eu não queria ouvir coisas como “ele negligenciou as atividades do BTS para filmar o drama” ou “ele disse que faria as atividades com o BTS, mas está só gravando o drama”. No fim, eu não queria ouvir nada disso. Se eu fizesse algo errado, isso refletiria na imagem toda do BTS, então eu trabalhei ainda mais.
Deve ter sido estressante.
Houve momentos estressantes certamente, mas eu não podia usar o fato de gravar um drama como desculpa para meu cansaço quando os outros integrantes também estavam cansados por trabalharem duro na turnê. E eles me ajudaram muito. Sempre que perguntavam “você está cansado ultimamente?”, isso se tornava um consolo. Eu usei essa força para trabalhar ainda mais. Na verdade, não tive nenhum problema físico. Eu normalmente não durmo muito, então dormir um pouco menos não foi tão difícil.
O que os integrantes são para o V?
Minha família? Porque eles estão sempre ao meu lado. Eles sempre me ajudam, me apoiam e cuidam de mim. Eles são aqueles que conhecem cada detalhe meu. Às vezes, eu chego a pensar neles como meus pais. Aliás, eles provavelmente não sabem disso. (Risos).
Parece que você não diz isso diretamente.
Não. Eu gostaria de usar essa oportunidade para dizer algumas palavras para o Rap Monster. Primeiramente, eu quero agradecer a ele por criar o BTS. O BTS não existiria sem o hyung. Eu quero dizer obrigado por desempenhar tão bem o papel de líder também. Na verdade, ele poderia apenas falar como um líder e agir como os outros integrantes, mas o Rap Monster é diferente. Ele assume responsabilidade pelas coisas ruins e compartilha as boas conosco. O hyung também é a ponte que nos conecta à empresa. Isso deve tê-lo estressado e machucado muito, mas o hyung não demonstra isso de jeito nenhum. Ele aguenta tudo sozinho. Ele é o melhor do mundo para mim. Mesmo que ao voltar para o dormitório, ele quebre ou derrube alguma coisa e perca seus próprios pertences. (Risos). Eu acho que é graças ao Rap Monster, criando uma boa atmosfera, que os integrantes possam se dar tão bem.
O que você é para o Rap Monster?
Honestamente, eu acho que o desapontei muito. Vou tomar mais cuidado no futuro. Mesmo que eu cometa um pequeno erro, o público não aceitará tão facilmente.
Isso significa que você não quer desapontar os fãs?
Sim. Leva um longo tempo para que uma árvore dê frutos. Você tem que continuar regando, cuidando e cultivando com todo o coração. Só então ela poderá se tornar uma árvore saudável. Quando eu debutei, nem conseguia pensar que haveria esse tanto de fãs gostando de nós. Eles votam muito, nos mandam mensagens e cartas de apoio. Esses coraçõezinhos se uniram e, juntos, tornaram o BTS uma grande árvore, permitindo-nos trazer música boa, apresentações e bons lados de nós mesmos. É como uma árvore muito bonita com frutos de ouro. Eu quero colher frutos ainda melhores e entregá-los aos nossos fãs. Preciso mostrar como a árvore está, aos poucos, crescendo mais e mais.
Pode-se dizer que sua meta se tornou mais clara graças aos fãs.
Eu quero me tornar um cantor que consegue fazer os ARMYs orgulhosos. Um cantor cujos fãs possam ir a qualquer lugar dizendo “meu ídolo é o BTS” e as pessoas ao redor fiquem maravilhadas, “Uau”.
Você já não está fazendo isso?
Eu quero trabalhar mais duro. Afinal de contas, nós temos sonhos grandes. (Risos).
***
– JIMIN –
"A coisa mais importante é eu fazer o meu melhor no palco."
『Nós somos cantores, nós todos performamos, certo? Fazer meu melhor, tendo em mente que não tenho mais nada, além da minha performance, a oferecer. Acho importante não se esquecer disso.』
Estar encarregado de abrir “Blood, Sweat & Tears” deve ter sido uma grande pressão para você.
Eu estava nervoso desde o estágio de gravação. O produtor Bang Shihyuk me disse: “Você é ótimo, faça bem”, mas isso se tornou um peso também, já que a primeira impressão da música fica sobre mim. Eu trabalhei nisso pensando: “Eu tenho que me sair bem de algum jeito”. Depois de receber a música e pensar em como eu deveria cantá-la sozinho, fui ao estúdio de gravação e os produtores me disseram para cantar desse e daquele jeito, colocando-me numa direção melhor. O produtor sempre me dizia para cantar “Blood, Sweat & Tears” de um jeito sexy. Então eu cantei com um tom leve e delicado. Você devia escutar o que eu cantei enquanto estava praticando... (Risos).
Jin escolheu Jimin como integrante que melhor transmite a sensação da apresentação de “Blood, Sweat & Tears”.
Eu acho que a apresentação nunca pode ir bem se eu for o único a fazer direito. Ele deve ter me escolhido por causa da minha parte no começo. Nós sempre conversamos sobre isso. As expressões faciais de uma pessoa durante sua parte não é o que importa, os outros integrantes precisam criar a sensação a fim de expressá-la completamente.
Tem alguma parte que em que você acha ter se desempenhado melhor?
Acho que a abertura. Os fãs realmente gostaram. Na última vez que filmamos um show para o VLIVE, do Naver, havia uma pergunta assim no questionário dos fãs, “qual é a parte que você mais gosta entre as músicas dos BTS?”. Muitos fãs escolheram a abertura de “Blood, Sweat & Tears”, então ela ficou em primeiro lugar. Eu devo ter me saído muito bem para eles pensaram assim. (Risos). Eu malhei por cerca de dois anos, mas dessa vez perdi 7kg fazendo dieta. Eu fiquei sensível durante a dieta. Quando nós treinávamos a coreografia juntos, eu era o único que desmaiava, não porque estava com fome, mas porque não tinha forças. (Risos). Foi inevitável, então os integrantes sentiram pena de mim. Jin me falou: “Coma comigo. Por que você tem que fazer isso?”, mas eu apenas respondi: “Não, eu preciso fazer isso” e continuei a dieta.
Como você trabalhou no seu solo, “Lie”?
Levou de 3 a 4 semanas no total. Organizar a melodia e letra, compor junto com os compositores levou cerca de uma ou duas semanas, e mais duas para gravar. Foi muito difícil. Eu gravei tudo e joguei fora para começar de novo, porque não estava satisfeito. Isso se repetiu de novo e de novo e foi estressante. O resultado tinha que ser bom, então eu continuei gravando até sair direito.
Qual foi a parte mais difícil?
Foi difícil a partir do momento em que ouvi a faixa pela primeira vez. “Que tipo de melodia e letra se encaixam com essa música?”. Eu nunca postei nenhum cover, então “Lie” era meu primeiro passo como um compositor e escritor. “Essa canção não parece muito complicada para as pessoas que a escutam pela primeira vez?”. Foi difícil começar a partir desse pensamento. Eu fiquei preocupado até o final, foi apenas quando muitas pessoas mostraram mais reações positivas do que eu esperava que eu me senti aliviado.
Você já se perguntou por que eles te deram uma faixa tão difícil?
(Risos). Eu realmente perguntei: “Isso parece muito difícil, será que vai ficar bom?”. Todos disseram que iria ficar tudo bem, mas eu estava meio “Isso não... Essa não é a resposta que eu queria...” (Risos).
Está finalizada agora, de qualquer modo. Então, você teve algum sentimento de “eu melhorei até aqui”?
Eu ainda não acho que me desenvolvi muito até agora. Sinto-me frustrado olhando para o que faço. Pensando: “por que isso não sai direito?”. Eu provavelmente consigo ficar bom rápido, mas não consigo alcançar minha meta. Não importa o quão longe eu pense ter ido, quando olho para trás, ainda estou no mesmo lugar. Isso me cansou bastante antes. “Por que isso não sai tão bem quanto o que eu fiz?”. Talento é, de fato, importante. “Eu não tenho nenhum talento”, eu pensei. Então eu pratiquei ainda mais duro. Eu não tenho talento, então vou trabalhar ainda mais.
O quanto você praticou?
Eu cortei muitas horas de sono. Acordei mais cedo antes de ir para escola para treinar, pratiquei durante o almoço, depois da escola, pratiquei até o amanhecer e continuei depois de tirar um cochilo e ir para a escola de novo. Isso se repetiu por cerca de um ano. Mas não houve uma mudança significativa. Eu fiz aulas de canto algumas vezes antes, mas só comecei a cantar com um ano sendo trainee. Eu não conseguia cantar bem de primeira, então foi muito difícil treinar sozinho. “O que eu preciso praticar?”, “Por onde preciso começar?”, esses pensamentos sempre ficavam presos na minha cabeça.
Você expressou preocupação em relação ao seu vocal no blog, mais cedo esse ano.
Ainda estou tentando encontrar uma solução para essa preocupação. Acho que é uma lição de casa pelo tempo em que for cantor. Para se ter uma ideia do quanto penso sobre isso, eu pausaria as atividades do BTS por uns 3 meses e faria aulas de canto, como um campo de treinamento. É nessa intensidade que eu quero melhorar.
Você conseguiu conhecer a força de sua voz enquanto trabalhava em “Wings”?
A equipe, frequentemente, me dizia que minha voz era legal. Eu meio que odiei isso. Eu quero ouvir as pessoas dizerem que eu canto bem, mas sinto que minha voz cobre o resto da música. Todos estavam dizendo coisas legais para mim, eu era o único sendo pessimista. “Por que não consigo conquistar outras coisas além dessas?”. Não sou mais tão duro comigo mesmo. Eu penso mais em coisas como “É, eu consigo fazer bem também, apenas vá em frente”.
Sua confiança deve ter aumentado mais do que antes.
Eu realmente acho que estamos gradualmente conquistando o que queremos. Por outro lado, estou ansioso também. Sinto a pressão de ter que me desenvolver ao passo em que o time cresce. Nós cobríamos um ao outro antes, mas, agora, mesmo quando não planejamos, cada um de nós se destaca. Não podemos mais cobrir um pelo outro mesmo se quisermos. É por isso que acho que o papel de cada integrante é importante.
Qual é esse “papel”?
A apresentação individual que cada um de nós tem de mostrar no palco. Exibir o sentimento único de cada indivíduo. Eu não sei qual é, exatamente, o papel no time. Antes, era algo como “Eu sou XX, encarregado de ser charmoso”, mas eu não acho que seja uma questão de quem está encarregado de atuar, ou quem está encarregado de cantar. Nós somos cantores, nós todos performamos, certo? Fazer meu melhor, tendo em mente que não tenho mais nada, além da minha performance, a oferecer. Acho importante não se esquecer disso.
***
Não utilize as nossas traduções sem os devidos créditos.
Cr. BigHit Etertainment
Trad. [PT-BR]; Ellen @ The Rise of Bangtan