Se inscreva para receber nossas notícias por e-mail

Escreva seu E-mail aqui

quarta-feira, 12 de julho de 2017

[ENTREVISTA] BTS incorpora mistura do K-Pop do presente e do futuro

Unknown


Letras de K-pop tendem a ficar na "zona de segurança", mas as canções do BTS abordam temas sobre assédio virtual e suicídio juntamente com críticas à brutalidade da polícia.

   O grupo de K-pop, BTS, simboliza não apenas a globalização da música, mas também o impacto da internet no sucesso do pop em massa. No último mês, eles se tronaram o primeiro grupo de K-pop a receber um Billboard Music Awards, quebrando a corrente de seis anos de vitória do Justin Bieber na categoria. A honra foi merecida; eles permaneceram no topo da Billboard Social 50 durante 31 semanas no ano passado, e seus fãs tweetaram a hashtag #BTSBBMAs mais de 320 milhões de vezes.  

   Desde a aparição deles no BBMAs, os nomes do BTS têm se espalhado por todo o grande mercado da mídia com cartilhas de primeira mão sobre o grupo. Os integrantes da boyband são Jeon Jungkook, Jung “J-Hope” Hoseok, Kim “Jin” Seokjin, Kim “Rap Monster” Namjoon, Kim “V” Taehyung, Min “Suga” Yoongi e Park Jimin. BTS se traduz em Meninos À Prova de Balas, e também são conhecidos como Bangtan Boys. Não tão diferente de outros grupos de K-pop supremamente populares, seu fandom, A.R.M.Y., é imensamente responsável pelo seu reconhecimento global. Foi a divulgação dos fãs que rendeu o prêmio de Top Social Artist, e eles até conseguiram que o BBMAs convidasse o grupo a comparecer ao evento. A petição dos fãs recebeu mais de 100.000 assinaturas, e um tweet realizou seus sonhos. O primeiro prêmio americano do BTS, e o sucesso de seu álbum ‘Wings’ nas paradas da Billboard, indicam novos ápices para o grupo.



   Para todas as comparações feitas com outros grupos, não há nenhum ocidental equivalente ao BTS – eles são totalmente um novo fenômeno. O sucesso do septeto está quebrando não apenas recordes, mas estereótipos e fronteiras, além de estar encontrando o sucesso mundial sem incorporar o tipo ideal de uma estrela do pop inglês. Enquanto atitudes etnocêntricas de alguns ouvintes ocidentais levam a intitular estrelas do K-pop como “asiáticos aleatórios usando maquiagem e máscaras faciais”, a presença do BTS no BBMAs expôs novos rostos ao público. Sua faixa “Not Today” impediu a chegada de Harry Styles e Niall Horan ao topo do ranking Twitter Top Tracks, da Billboard, reivindicando o primeiro lugar pela terceira semana consecutiva. Eles tiveram 43 hits no World Digital Song Sales, sendo que quatro deles foram número um, o que empatou o grupo com o PSY. O grupo também é o único artista de K-pop a ter um álbum no top 40 da Billboard 200. Atualmente, o BTS está na última parte de sua turnê internacional, “Live Trilogy Episode III: The Wings Tour”, no Japão – os shows nos EUA esgotaram em poucos minutos.



   O K-pop parece ser uma indústria apertada e concorrida, regida por gigantes como YG e SM Entertainment, mas o BTS são os inesperados meninos de ouro de uma gravadora e empresa de gestão pequena e independente, chamada BigHit Entertainment. Eles estão mudando as expectativas na indústria do K-pop com sua aproximação pessoal fora do convencional. O grupo teve início quando o produtor Pdogg foi descoberto por Bang Si Hyuk (também conhecido como “Hitman” Bang), o CEO e produtor executivo da BigHit. Pdogg, mais tarde, conheceu um Rap Monster adolescente graças ao Sleepy, enquanto ainda estava no cenário underground. Suga e J-Hope se juntaram através de audições nacionais, e apenas três, dos 30 trainees, permaneceram enquanto outros integrantes eram adicionados. A BigHit abraçou completamente o mundo imprevisível da mídia social; os meninos se comunicam diretamente com seus fãs através de logs, vídeos do BANGTAN BOMB, e atualizações no Twitter e Instagram em conjunto (eles não planejam criar contas individuais). 

   O BTS não teve de se curvar ao público ocidental para encontrar o sucesso por aqui. “Eu não acredito em lançar músicas inteiramente em inglês para o mercado dos EUA, como muitos artistas de K-pop têm feito”, Bang contou à Billboard. As canções mais populares do grupo podem ter títulos em inglês que são fáceis de memorizar, mas suas letras fluem suavemente em coreano, salvo apenas por algumas frases em inglês. Rap Monster aprendeu inglês sozinho ao assistir Friends, por isso cobriu as entrevistas do grupo no Tapete Magenta do BBMAs e discursou (terminando em coreano) enquanto fãs gritavam em apoio. Ainda que um prêmio americano seja visto como um qualificador de sucesso internacional, o BTS continua fiel às suas raízes coreanas num mundo onde a América é o centro do mercado global da música. Tal fato não objetiva desvalorizar seus muitos prêmios na Coreia e em outros lugares, apenas demonstra a desmistificação de que canções em inglês devem ser as únicas nas paradas ocidentais. 

   As raízes sônicas do BTS se encontram no hip hop, e suas letras inclinam-se pesadamente nas dificuldades e ansiedades da juventude. Cada integrante está envolvido na escrita, composição, e produção de suas faixas. Seu último álbum, Wings, (relançado como You Never Walk Alone) inclui canções solos que refletem seus estilos musicais individuais. Rap Monster é influenciado por Nas e Drake, enquanto Suga nomeou Kendrick Lamar; já os vocais de Jungkook são influenciados por Charlie Puth e Justin Bieber, os quais ele já fez cover, juntamente com seu colega da maknae line (mais jovens no grupo), Jimin. “N.O” tem como alvo a cultura competitiva da educação na Coreia, e “Blood, Sweat & Tears” ilustra as dores do amor viciante. Em “Change”, Rap Monster fala sobre assédio virtual, as rígidas hierarquias da Coreia do Sul, e altas taxas de suicídio, juntamente com as críticas de Wale quanto à brutalidade da polícia e o governo americano. Ao longo de sua feroz mixtape Agust D, Suga reflete abertamente sobre seus sofrimentos com a ansiedade e a depressão. “Nós tentamos ser honestos com nós mesmos e isso nos ajuda a sermos mais flexíveis em termos de censurar nossa própria música, de certa forma. Música fala por si só e nós acreditamos que as pessoas se simpatizariam com nossa música se permanecêssemos verdadeiros à letra ao escrever sobre o que pensamos e sentimos”, eles explicam. Letras de K-pop tendem a permanecer na zona de segurança devido aos valores sociais conservadores, mas as canções do BTS seguem temas de crescimento pessoal enquanto eles tentam ser o mais verdadeiro possível a si mesmos. 


Parabéns por terem ganhado o Top Social Artist. Como vocês estão se sentindo com toda essa nova atenção desde o BBMAs?
   Rap Monster: As estatísticas oficiais relatam 320 milhões de votos, o que é incrível. Nós somos muito gratos por toda a atenção que temos recebido desde o BBMAs e estamos tentando perceber que isso é real. É bom ser notado mundialmente, e nós nos sentimos muito honrados pela indicação e vitória do prêmio.

Quem vocês estavam mais animados em conhecer ou ver no BBMAs?
   BTS: Drake e John Legend. Mas, para sermos honestos, literalmente, todos que subiram ao palco e aqueles que ficaram nos assentos estavam na nossa lista dos sonhos de conhecer ou ver. 

Suga, em “Agust D” você previu, “o próximo é a Billboard”. Qual é sua próxima previsão para o BTS?
   Suga: Eu devo dizer que nossa próxima parada é o palco da Billboard para apresentar uma música do BTS.


Devido ao K-pop ser tão global, isso ajudou a criar tanto fãs quanto artistas mais culturalmente conscientes. Quais são algumas lições que vocês aprenderam enquanto visitam países diferentes e interagiam com fãs internacionais?
   Rap Monster: É muito importante aprender a língua daquele país específico, e você precisa falar verdadeiramente do fundo do seu coração.

Vocês falaram sobre “Spring Day” ser um momento de recuperação, usando uma metáfora com a estação. Sendo um grupo, como vocês sentem que estão se recuperando ou seguindo em frente a partir desse ponto na carreira de vocês?
   V: Eu realmente me arrependo de perder oportunidades de aprender muitas coisas, mas nós seguimos em frente não importa o que aconteça. 
   Jimin: Eu sinto estou seguindo em frente em relação a um arrependimento pessoal quanto à minha música já que agora eu tenho desejos maiores.
   Rap Monster: Estou meio que me recuperando de uma decepção comigo mesmo.


Qual uma meta que vocês queiram alcançar quanto à música?
   Jungkook: Minha meta é escrever e cantar uma canção que eu goste sozinho. 
   Jin: Fazer com que as pessoas escutem a música do BTS sem preconceitos.
   Jimin: Eu quero ter uma voz que eu ame.

Que tipos de rituais vocês têm ao compor?
   J-Hope: Eu tenho que escutar uma música muito boa para começar a compor a minha própria música.
   Rap Monster: Eu sempre ligo uma placa neon no meu estúdio, ‘Monstudio’.
   V: Eu assisto um filme inteiro da minha escolha.
   Suga: Eu componho sempre que sinto vontade.

Enquanto seus clipes incorporam coreografias elaboradas e estilo, eles também são carregados de metáforas e enredos simbólicos. Quais obras vocês estão curtindo ultimamente que podem acabar influenciando seu próximo projeto?
   J-Hope: Vinte Mil Léguas Submarinas.
   Rap Monster: Um filme chamado A Silent Voice (Koe No Katachi).
   Suga: Corra!.

O que vocês mais gostaram na turnê pela América?
   BTS: Conhecer muitas pessoas diferentes pelo país e visitar lugares interessantes, como museus e parques. E, claro, não podemos deixar de fora os grandes e suculentos bifes.

Quais são seus objetivos para o ano que vem?
   BTS: Palco da Billboard e mais e maiores shows internacionais.

Vocês têm uma conexão especial com seus fãs, e sua música é muita inspiradora para eles. O que vocês gostariam de dizer aos fãs agora?
   BTS: Nossas honras e deleites durante o BBMAs são cem por cento de vocês. Nós faremos vocês tão orgulhosos quanto vocês nos fizeram orgulhosos pelos últimos quatro anos. Amem a vocês mesmos, ame a mim mesmo.

Cr. Noisey
Trad. [PT-BR] Ellen @ TheRisingBTS

Unknown / Author & Editor

Saiba mais sobre nossos membros
Integrantes da fanbase

0 comentários:

Postar um comentário

Coprights @ 2016, Blogger Templates Designed By Templateism | Templatelib